Estou no cronograma de leituras de literatura policial e de mistério. Depois de Hamett é a vez de Monsieur Simenon. É interessante ler livros que você deveria ter lido há tempos atrás, talvez ainda no colegial. Não quero dizer com isso que monsieur Simenon insulte a inteligência de pessoas maiores de 18, ao contrário, lamento não ter lido antes. Então, babujada a fala da linguagem direta, comum nos romances policiais, o que se destaca no Mr. Simenon, diferente de Agatha christie por exemplo, é fazer uma verdadeira investigação psicológica, de caráter, balizado pelo senso cético do indefectível Comissário Maigret com o seu "dar-de-ombros" tão eloqüente quanto deixar os pobre coitados que aguardam um posição sua, falando sozinhos.
Simenon opta por estilo mais elíptico em relação as investigações dos crimes, na direção que apontará os fatos e as pistas, no método exótico de observação e análise do Comissário Maigret, e no perfil dos criminosos.
Os criminosos no caso do livro Le chien Jaune, estão na própria classe aristocática francesa e os crimes são cometidos em uma pequena, remota e gelada cidade da Normandia. O passado das personagens é uma das chaves necessárias para se compreender o encadeamento de eventos que em alguns momentos não parecem ter relação imediata entre si.
Trata-se de um livro em que o crime mais importante não está no presente e sim no passado, no prejuízo gerado a outros que estão anônimos assim como a trama central: o roubo da existência de pessoas que serviram como bucha de canhão para esta pestilenta, provinciana e decandente aristocracia. A realidade do presente, no tempo da narrativa, é o embate "sutil" de forças.
Prevaricação e abuso, má fé, são os crimes mínimos, até que finalmente um assassinato é a conseqüência natural para que alguém possa se proteger, fazendo assim aparecer as linhas de uma grande conspiração em que marinheiros e operáriros se vêem trançados nos planos de senhores do poder local de Concarneau, aparentemente inofensivos, membros honorários dessa pequena sociedade.
Gosto disso, sempre desconfiar do que aparentemente é inofensivo, frágil, suscetível...demais. Maigret conhece o ser humano. Onde se encontra tanta suscetibilidade, se encontra também, o veneno, a garra da harpia. Demonstrar gratuitamente a fragilidade é também uma estratégia de defesa, de convencimento, de montar a cena para que a cortina de fumaça se espalhe perfeitamente. Mas...existem os vestígios, pequenos esquecimentos, falhas; toda trama, possui obviamente uma construção, uma previsão dos fatos, torna-se necessário conhecer o caráter de uma pessoa a ponto de conseguir adiantar suas reações. Precaução e previsibilidade.
O comissário Maigret nos coloca, que não basta desconfiar apenas do que é estranho, é necessário também suspeitar daquilo que sempre aparentemente esteve no lugar. E eis que o tempo, a paciência são categorias aliadas, dando espaço e segurança para que os próprios criminosos façam com que Maigret desvende o mistério, ou o motivo do drama. Salve Simenon! é preciso conhecer os intestinos do homem, para se saber o que ele é e do que ele é capaz.
Ah, o cão amarelo, o cão sem dono, foi uma feliz coincidência com o blog e tem um importante papel na trama, mas no caso, é preciso ler o livro. Não direi palavra.
Simenon opta por estilo mais elíptico em relação as investigações dos crimes, na direção que apontará os fatos e as pistas, no método exótico de observação e análise do Comissário Maigret, e no perfil dos criminosos.
Os criminosos no caso do livro Le chien Jaune, estão na própria classe aristocática francesa e os crimes são cometidos em uma pequena, remota e gelada cidade da Normandia. O passado das personagens é uma das chaves necessárias para se compreender o encadeamento de eventos que em alguns momentos não parecem ter relação imediata entre si.
Trata-se de um livro em que o crime mais importante não está no presente e sim no passado, no prejuízo gerado a outros que estão anônimos assim como a trama central: o roubo da existência de pessoas que serviram como bucha de canhão para esta pestilenta, provinciana e decandente aristocracia. A realidade do presente, no tempo da narrativa, é o embate "sutil" de forças.
Prevaricação e abuso, má fé, são os crimes mínimos, até que finalmente um assassinato é a conseqüência natural para que alguém possa se proteger, fazendo assim aparecer as linhas de uma grande conspiração em que marinheiros e operáriros se vêem trançados nos planos de senhores do poder local de Concarneau, aparentemente inofensivos, membros honorários dessa pequena sociedade.
Gosto disso, sempre desconfiar do que aparentemente é inofensivo, frágil, suscetível...demais. Maigret conhece o ser humano. Onde se encontra tanta suscetibilidade, se encontra também, o veneno, a garra da harpia. Demonstrar gratuitamente a fragilidade é também uma estratégia de defesa, de convencimento, de montar a cena para que a cortina de fumaça se espalhe perfeitamente. Mas...existem os vestígios, pequenos esquecimentos, falhas; toda trama, possui obviamente uma construção, uma previsão dos fatos, torna-se necessário conhecer o caráter de uma pessoa a ponto de conseguir adiantar suas reações. Precaução e previsibilidade.
O comissário Maigret nos coloca, que não basta desconfiar apenas do que é estranho, é necessário também suspeitar daquilo que sempre aparentemente esteve no lugar. E eis que o tempo, a paciência são categorias aliadas, dando espaço e segurança para que os próprios criminosos façam com que Maigret desvende o mistério, ou o motivo do drama. Salve Simenon! é preciso conhecer os intestinos do homem, para se saber o que ele é e do que ele é capaz.
Ah, o cão amarelo, o cão sem dono, foi uma feliz coincidência com o blog e tem um importante papel na trama, mas no caso, é preciso ler o livro. Não direi palavra.
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