26 de junho de 2006

Later...Louder...Later...Even Louder.

Mano...o mundo está dentro do copo de Josh H.

Há muitos anos atrás, quando ainda tinha tv a cabo, assistia um programa no EuroChannel apresentado por Jools Holland, similar ao David Letterman, só que mais discreto, focando as apresentações das bandas e com entrevistas genéricas. São 3 palcos, mas infelizmente o critério de apresentação não fica muito claro por que no dvd elas são individualizadas. De vez em quando a câmera faz uma passagem pela platéia e a gente vê os que estão aguardando tocar, se balançando um pouco com a banda que está tocando naquele momento.

Então desde o ano passado, vivendo praticamente em locadoras, reparei que as apresentações assim como algumas entrevistas selecionadas, estavam saindo em dvd para locação. Porém, privilegiei outras coisas para ver, acabei esquecendo; mas nada como o ócio e o fantasma do faustão para nos relebrar desses dvds do coração. O domingo rendeu bastante pela parte da noite, pois assistir com o namorado vira um pretexto para conversar, enchermos o saco um do o outro e tomarmos sustos do tipo:

  • Josh Homme tocando tranquilamente 2ª guitarra, fase pré-lenhador, na banda Screaming Trees.
  • A também lenhadora Brody Dale e não por acaso namorada do Josh Homme, tocando à frente do Distiller, de longe parecendo a Courtney Love de cabelos escuros.
  • O Muse não me agrada. Principalmente por que o vocalista acordou um dia com a voz do Tom Yorke.
  • Mazzy Star tem uma criança nos vocais e os produtoes deveriam ser denunciados por exploração de trabalho infantil. A gente deixa passar por que a banda é ótima, a menina canta bem e a apresentação é de 94. Digo de 1994 (tem que deixar explicado, senão se pode pensar que é 2094), naquele tempo já existia a Nicka Costa.
  • Eu nunca gostei do Metallica, mas não há quase diferença entre uma apresentação ao vivo e uma gravação de estúdio da banda, isso significa altíssimo nível técnico ou treinamento para jogar todos os dias. E bons instrumentos, ops, instrumentos excelentes.
  • PJ Harvey é simplesmente irretocável. Se veste finamente, fala polidamente, está sempre bem manicurada e é estilosa. E tocou com Josh Homme no Desert Sessions. E neste dvd eles aparecem juntos. É simplesmente um dos encontros do século.
  • Coutney Love é...politizada à moda guerra fria, para ela ainda há um Império a ironizar (o programa é inglês).
  • Hole é uma banda meia-boca.
  • Von-Bondies é simplesmente tudo o que o Belle Sebastian quis ser. Et a pas réussi.
  • Sonic Youth é "totalmente excelente" e Kim Gordon, está no top PJ Harvey de mulheres mais belas do rock.
  • O vocalista do The Hives, esquece a nacionalidade quando canta (assim como todos da banda) e volta a morar na sua cidadezinha mineradora de 12 mil habitantes quando dá entrevistas. Essa cidade teria sido colonizada por espartanos? Não sei, mas ele disse que a banda não tem nada a ver com o que já foi feito em termos de rock na Suécia, que suas raízes sonoras estão no punk rock novayorquino/londrino e no rockabilly do 50/60. Tá, isso a gente sabe.
  • At the Drive-In, toca como se fosse sempre o último show que irão fazer antes da hecatombe. Espírito punk se junta à psicodelia dos alcalóides de Ergot dos 60. Socorro, prepara a salmora.
  • John Cale tocando seu violino, lembrando a metade "talento sem afetação" perdido no Velvet Underground.
  • Shirley Mason, mesmo tocando em uma banda mediana e que possui um dos melhores produtores musicais da era como músico, assume tranqüilamente sua posição de rocker light simpaticona.
  • O vocalista do Interpol estava fantasiado de Alex de "Laranja Mecânica", só que dessa vez de uniforme preto. Faltou o copo de leite enquanto cantava olhando para a aba do chapeuzinho ultraviolence. Ao vivo, a banda caiu um pouco, não sei se era o audio que estava ruim.
  • Nunca gostei de Black Crowes e não vai ser por que é domingo que vou gostar. Mas a jam com o Stereophonics ficou boa.
  • John Spencer and the Blues Explosion é legal a ponto de dar raiva.
  • Não, não há apresentação do Bloc Party nesses dvds. Não, não há apresentação dos Strokes também.
  • Hum retalharam um pouco as bandas grunges dos 90, restringindo-se apenas à apresentação do irregular Alice in Chains. Ok, eles tocaram "Would".
  • Dick Dale (pai de Brody Dale?), sua guitarra e a sua presença amiga de surfer rocker e membro Hell Angels...
  • New Order está morto, e aquelas caras de turistas em férias pela amazônia dizem isso.
  • Queens of Stone Age está no topo e Josh Homme é de Marte. Como ele consegue ser tão bom? Não tenho idéia, mas ser superprodutivo do jeito que é e ótimo guitarrista ao mesmo tempo...não é de deus.
Eu e o namorado ficamos estacionados, discutindo durantes horas de onde vinha Josh Homme. Para quem gosta, acredito que seja a banda que mais tenha pulso rock do momento, ou vamos ser mais exatos, Josh Homme ganha espaço por conta dos seus solos e melodias surpreendentes e ao lado de outros, sua excelência torna-se estridente.

Entre trocas de informações e de impressões, é claro que vale muito a pena assistir esses pocketshows, e se você conhece um pouco da história das bandas, fica ainda mais divertido.

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