23 de junho de 2006

Senhas, senhas, senhas

Agora tenho 6 e-mails. Um para as coisas que todos me enviam, outro para assuntos blogueiros, outro para amigos, assuntos profissionais, e outros poucos sabem. As coisas começam a se complicar em termos de decorar doferentes logins e senhas, e agora está tudo no caderno devidamente anotado, é a idade chegando com força. Mas pelo menos eu não omito que quero privacidade.

Em certo sentido almejo coisas muito impossíveis, a clareza total em todos os níveis e em todas as direções, sem deixar de considerar a diferença dos outros, de serem um pouco mais covardes para serem francos consigo e com os outros. Isso a gente entende. E a gente fica debaixo da lâmpada sozinho, enquanto outros se beneficiam da franqueza alheia.

Li "O porto da brumas" de Simenon. Maigret agora se desloca de Paris a uma cidade portuária, em que um controlador marítimo é morto envenenado. Reina o código dos marinheiros bretões: comentar de maneira obtusa todos os assuntos, desviar ao máximo, não emitir informações sobre nada, nem ninguém, reforçar a confusão e o silêncio que provoca milhões de indagações, o que exige de Maigret atitudes no mínimo severas considerando a sua particular forma de investigação; necessita se deslocar no espaço para confrontar os personagens e aquilo que escondem. Tão bom quanto "O cão amarelo".

Foi o que me promoveu o estalo de ser silenciosa tanto quanto os outros são. E assim aproveitar os benefícios de não desfazer os enganos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim, Alex, agora é o que mais leio, estou lendo "o Enforcado" agora!