Imperativo categórico em ser moderno hoje resume-se, simplesmente em ser um espectro sem idéias próprias, sem atitudes e a o sabor do vento.
Na música, no cinema, na dança, no teatro, na literatura, nas boates; o que importa é ser "so modern", "so hype". Em "Party Monster" (Fenton Bailey e Randy Barbato), é ser "fabulous", variações entorno do mesmo improviso de vida...sem moralidades, o roteiro se desenrola com os personagens sendo realmente fabulosos. A consciência propulsora eventual de "fagulhas" é abafada pelo lema principal : "dinheiro", "fama, "sucesso", "glamour", afinal estamos na era de ser "thing", e assumir ser "thing" com orgulho.
Nada de escaninhos de grupelhos, sejam ele políticos ou de outra ordem...o que se chama de moderno hoje é compor muito bem sua própria farsa individual e assumir a sua performance. É o regime da superficialidade e do pânico de tudo que não seja virtual. Se antes conceber algo como "moderno" era promover no mínimo uma fissura no padrão vigente das artes, atualmente com o império do futurismo (não estamos na era em que o século passado imaginou no design e nas artes como um "futuro" arrojado e brilhante?) anêmico, desprovido de "problematizações medianas" sobre a vida, o único trabalho que você tem é pegar a senha para ser "so modern". Vá para a festa e se vista apropriadamente, imagem, como a garrafa de refrigerante dizia, é tudo.
18 de julho de 2006
So Modern
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