12 de outubro de 2006

Plano Imperfeito


Te odeio, filho, você não presta e merece morrer!

Ah, esses americanos e seus filmes policiais de montagem "criativa" e "do mal". Vide "Domino" que tem seguidores fiéis e mais uma pá de outros filmes desse naipe que se propoem a emular à exaustão os filmes do Guy Ritchie. Eis que sobra para nós, os tristes expectadores deste espetáculo chato, aquelas cenas hiperrealistas que tentam salvar o filmes, as balas disparadas em slow motion e furos magistrais (ou infantis) no roteiro.

O que me irrita logo de saída é quando o diretor não tem mão e entrega todo o roteiro de bandeja na segunda cena, enfim, talvez pense que é preciso desenhar para o expectado,r dada a complexidade do filmes. Cito uma cena: no quarto de hotel onde há o já habitual confronto entre mascarados de um grupo com o outro que está fazendo a trucagem: ninguém se entende todo mundo fala ao mesmo tempo, carregam calibres pesadíssimos, mandam todo mundo se fuder gritando, outros pedem "calminha nessa hora", até que em uma super reviravolta o bando surpreendido ganha uma vantagem e mata o bando intrometido. O loirinho personagem principal remexe os bolsos dos encapuzados, e chocado e nervosinho, percebe que eram todos policiais; entre pragas e palavrões eles saem dizendo que fizeram uma merda e que "odeiam policiais corruptos"; a carinha azeda do loirinho já diz tudo, ele é do meio.

Encarregado de dar um sumiço nas armas do crime utilizados no "serviço", o loirinho chega em casa, dá uma pegada na mulher, manda o filho que brncava com o amigo (aonde, aonde?) jantar, segue para seu esconderijo no porão (aonde quem brincava?) e guarda as armas no seu esconderijo super-secreto.Lógico que os garotos vêem tudo e vão dar uma conferida e Oleg o menino asmático, abusado pelo padrasto "que nunca sorri", aproveita a oportunidade pra tentar salvar o filme roubando a arma do pai do amiguinho. Aí é só seguir o ratros da bala. O menino atira no padrasto, o loirinho fica desesperado, já que a sua cabeça vai a prêmio, e aí as coisa precisam de soluçõezinhas emergenciais. Conflitos com os "Ruskys" sujos, fixação pelo John Wayne, espacamento de mulher e até um casal que abusa de crianças entra na história para dar mais emoção; claro, não esquecendo da típica figura do cafetão que compra a arma e espanca suas donzelas.

Outro confronto e o loirinho super-esperto conta uma historinha bonita para todos aqueles que o queriam pegar, aí um grupo se volta contra o outro e ele pega um super tiro. Mesmo assim ele dá um jeitinho de chegar em casa com Oleg são e salvo depois de ter escapado de um casal de tarados, um cafetão, ter apontado arma para meia dúzia de pessoa no filme e ter saído incólume até do das mãos do pai psicótico, enfim um herói. Temos nesse instante uma síncope, rufam os tambores, e todos ficam em suspense para saber se o loirinho morreu com a bala ou não.

As próximas cenas são honrarias de um enterro de quem prestou serviços ao governo, com bandeira dobradinha e tudo, e a mulher do loirinho e "filhos" presentes (sim, Oleg é adotado e passa a viver com o melhor amigo). Aí descobre-se que na realidade o loirinho super-esperto era um agente infiltrado. Corta para outra cena e vê-se um carro chegando através de uma estrada poeirenta e a a mulher do loirinho dizendo que jamais o enterraria de novo. Parece que foram felizes para sempre. O nome do diretor, roteirista, produtor? Wayne Kramer memso direto de The Cooler, e o loirinho é astro de "Velozes e Furiosos", Paul Walker. Ai, ai, ai.

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